Em São Luís, o espaço da Praça Maria
Aragão representa um lugar de memória e local privilegiado de diversas
manifestações e protestos. Ali está instalado o Memorial Maria Aragão que, em
sua arquitetura elaborada por Oscar Niemeyer, projetou as linhas de uma pomba
(em vista aérea), símbolo da paz.
Nesta segunda-feira, 31 de março, data
em que se rememora os 50 anos do Golpe de 1964, o Memorial e a Sociedade Maranhense dos Direitos Humanos (SMDH)
promoverão um grande ato-show para celebrar a memória daqueles que lutaram a
favor da democracia e liberdade no país.
O ato pretende reunir as principais
personalidades que lutaram no Maranhão contra o regime opressor da ditadura
brasileira, com a participação de representantes do Comitê de Anistia, do
Comitê das Diretas Já e do Comitê Constituinte Livre e Soberana e show com
músicas emblemáticas do período, que ganharão a interpretação dos artistas
Cesar Teixeira, Josias Sobrinho, Joãozinho Ribeiro, Flávia Bittencourt, Rosa
Reis e Lena Machado.
Segundo o presidente da Fundação
Municipal de Cultura (Func), Francisco Gonçalves, o evento tem o caráter de
atualização da memória da luta pela democracia.
“O Golpe de 1964 provocou uma
mudança nas estruturas sociais e políticas brasileiras com consequências
específicas no Maranhão. A realização do ato no espaço do Memorial Maria Aragão
tem também a força simbólica de lembrar que a memória dessa luta e resistência
não está só no passado histórico e que ainda permanece em constante
atualização”, explicou Gonçalves.
DEPOIMENTOS
Durante o ato, haverá o relato de
personalidades públicas que foram vítimas da ditadura. Nomes como o do camponês
Manoel da Conceição, preso e exilado nos anos 1970 pela luta a favor da reforma
agrária, e do sacerdote francês Dom Xavier Gilles, preso em 1971 sob acusação
de práticas comunistas e também pela luta na Pastoral da Terra, além de
representantes do movimento estudantil, da Comissão da Verdade, do Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Comitê de Anistia, do Comitê das
Diretas Já e do Comitê da Constituinte Livre e Soberana.
Imagens e vídeos de época, produzido
pelo cineasta Murilo Santos, serão exibidas para contextualizar os relatos com
a memória histórica de quem vivenciou o período. Após os depoimentos, um show
com canções de protesto e músicas que fazem parte do imaginário dos que
levantam bandeiras de lutas a favor das liberdades e da democracia.
SHOW
Filhos da Liberdade é o nome do show
que reunirá os artistas Cesar Teixeira, Flavia Bittencourt, Josias Sobrinho,
Lena Machado, Joãozinho Ribeiro e Rosa Reis. No repertório, canções
nacionalmente conhecidas como “engajadas” pelos festivais de música popular:
Disparada (Geraldo Vandré e Theo de Barros), Cálice (Gilberto Gil e Chico
Buarque), Viola Enluarada (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle), Pra não dizer
que não falei de flores (Geraldo Vandré), e também canções que aqui no Maranhão
representam o mesmo engajamento político, como Carcará (João do Vale), Engenho
de Flores (Josias Sobrinho), Milhões de Uns (Joãozinho Ribeiro), Oração Latina
(Cesar Teixeira), entre outras.
O show tem a direção musical de Cesar
Teixeira e contará com os músicos Flemming Bastos (bateria), Jair Torres
(guitarra), Rui Mário (teclados e sanfona), Leandro (percussão) e Carlos
Raqueth (baixo).
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