João Vaccari Neto, secretário de Finanças do PT, foi preso pela Polícia Federal acusado de ser um dos operadores financeiros no esquema de corrupção da Petrobrás
Por Hugo Freitas
Já está preso o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. A prisão de Vaccari foi efetuada pela Polícia Federal, na manhã desta quarta-feira (15), em mais uma
fase da Operação Lava Jato. Vaccari foi conduzido para Curitiba, onde estão os
demais presos acusados de envolvimento no esquema de corrupção que surrupiou
bilhões da Petrobras.
Além de farta documentação, a PF levou
em consideração para a prisão do tesoureiro do PT as delações premiadas do ex-gerente de
Serviços da Petrobrás, Pedro Barusco, e do doleiro Alberto Youssef. Barusco
afirmou que Vaccari arrecadou R$ 200 milhões para o PT nos últimos anos a
partir do esquema de desvios da estatal. Por sua vez, Youssef denunciou que Vaccari recebia
propina em nome do PT paga por empreiteiras que firmavam contratos
superfaturados com a Petrobrás.
Em sua defesa na CPI da Petrobrás, o secretário de Finanças do Partido dos Trabalhadores afirmou que todos
os recursos que intermediou para o partido de Lula e Dilma foram declarados legalmente à Justiça Eleitoral e que jamais recebeu propina.
Com o tesoureiro do PT na cadeia, o
cerco contra o PT e seus "medalhões" tende a aumentar
consideravelmente, já que os órgãos de fiscalização e controle sobre o uso dos recursos públicos terão condições de aprofundar a
investigação sobre o envolvimento da alta cúpula do partido no esquema já
batizado de "Petrolão".
Como exemplo, a CPI da Petrobrás
aprovou requerimento que autoriza um grupo de deputados a ir a Londres ouvir o
ex-executivo Jonathan David Taylor, da empresa holandesa SBM, suspeita de pagar
propinas à estatal. Pedro Barusco já revelou que a campanha da presidente Dilma
Rousseff, em 2010, recebeu US$ 300 mil da empresa SBM Offshore, acusada de
pagar propina para obter contratos no Brasil.
Além disso, a Comissão Parlamentar de
Inquérito também fará visita técnica ao Departamento de Justiça e à Securities
and Exchange Commission (SEC) dos Estados Unidos para acompanhar as
investigações relativas à estatal brasileira, conduzidas por esses órgãos.
Nos Estados Unidos, a Justiça cita a presidente Dilma Rousseff como pessoa de interesse para o processo de investigação no
esquema de corrupção da Petrobras que acabou causando prejuízos a investidores
estrangeiros. E coloca como réus na ação os ex-presidentes da estatal, Graça
Foster e José Sérgio Gabrielli.
“O ex-vice-presidente da Câmara está na
cadeia, o tesoureiro do PT também, os diretores da Petrobras nomeados pelo
partido também foram pegos na Lava Jato e são réus. O cerco contra o PT
aumenta. Acreditamos que nos próximos meses a CPI da Petrobras, após busca de
documentos e de depoimentos, inclusive no exterior, fará com que o caso avance
na direção da presidente da República”, afirmou a deputada federal Eliziane
Gama (PPS/MA), membro da CPI da Petrobrás.
Quando nos idos da campanha de
reeleição de 2006, o então presidente Lula afirmava que no seu palanque
corrupto não subia e no seu governo, corrupto não entrava, jamais poderia ele
imaginar que, um dia, as investigações da Polícia Federal contra a corrupção atingiriam
membros do alto escalão do PT, colocando em xeque toda a suposta
"envergadura moral" reivindicada pela legenda trabalhista como
bandeira de lutas e alicerce de governo, cujas bases atualmente apresentam-se trêmulas e quebradiças.
Com o agravante dos "ataques" do governo petista contra os sagrados direitos trabalhistas, como as "revisões" nas concessões da Aposentadoria e do Auxílio-Desemprego, e, mais recente, a proposta de um Projeto de Lei (PL 4330), já aprovada na Câmara dos Deputados, que permite a Terceirização em empresas públicas e sociedades de economia mista com "atividades-fins", como bancos, INSS, universidades, etc, o que irá precarizar ainda mais os já baixos salários do funcionalismo público e as condições de trabalho de centenas de milhares de trabalhadores, se constituindo, por fim, tal PL em uma ameaça real à realização de concursos públicos no Brasil.
Mas isso é assunto para um próximo post, já que este finda aqui.
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