Por Hugo Freitas
O prefeito de São Luís, João Castelo, anunciou neste fim de semana que poderá suspender a concessão dada ao governo do Maranhão de exploração dos serviços de abastecimento de água potável e esgotamento sanitário.
A precariedade nos serviços de fornecimento de água e a contaminação das praias por esgotos que deságuam no mar, segundo laudo de balneabilidade divulgado nos últimos dias, estão provocando danos irreparáveis à qualidade de vida da população e à economia da cidade.
A prefeitura de São Luís assinou decreto nomeando uma comissão técnica para analisar os termos da concessão e identificar os graves problemas causados ao cidadão. O diagnóstico da comissão, que deverá ser apresentado em caráter de urgência, vai apontar ainda providências que devem ser adotadas para regularizar a situação.
Desde 1996, a prefeitura renovou por decreto a concessão dos serviços de água e esgoto ao Governo do Maranhão a serem prestados pela CAEMA.
Nos últimos anos, os problemas têm se agravado com interrupções constantes no fornecimento de água e abastecimento pré-histórico realizado por meio de carro-pipa.
Somando-se a isso, todas as praias da cidade estão impróprias para o banho, devido ao alto grau de contaminação por bactérias e coliformes fecais.
O assunto virou tema de reportagens na imprensa nacional e já afeta a economia e o turismo na capital maranhense. Segundo dados da fundação São Luís Convention & Visitors Bureau, em pleno mês de férias, o setor hoteleiro de São Luís registra uma baixa na ocupação em relação ao mesmo período do ano passado. Em julho de 2011, o setor registrou ocupação dos hotéis em torno de 80%. Neste ano, o percentual atingido não passa de 65%.
Os dados apontam que a redução do turismo deve-se às condições impróprias das praias da cidade para o banho. Donos de bares e restaurantes localizados na orla reclamam que o movimento caiu 30% este mês.
Diante desse lastimável quadro, o Ministério Público Federal obrigou o Governo do Maranhão a colocar placas nas praias com alerta de risco à saúde.
Próxima de completar seus 400 anos de fundação, a cidade de São Luís pouco tem para se orgulhar e comemorar. Falta crônica de água nas torneiras e praias poluídas são apenas a ponta de um vergonhoso iceberg, que flutua apoiado no seu "passado glorioso" para não afundar de vez nos estercos vigentes que lhe circundam voluptuosamente.
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