O Sindicato Nacional
dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) rejeitou a proposta de reajuste anunciada pelo governo na última
sexta-feira (13) e decidiu não só manter a greve como ainda radicalizá-la.
Na sexta, os ministros
Aloizio Mercadante (Educação) e Miriam Belchior (Planejamento) apresentaram
proposta de reajuste prevendo aumento de até 45% para professores titulares de
universidades e de até 48% para os docentes dos institutos federais. O reajuste
se daria de forma escalonada, em três anos, e um professor com doutorado e
dedicação exclusiva receberia R$ 17 mil em 2015.
O comando de greve, em
assembleia realizada na noite deste domingo (15), entendeu que o reajuste
proposto pelo governo não supera os índices inflacionários e beneficia somente
quem está no topo da carreira, caso dos professores titulares, que, segundo o
Andes, representam 5% da categoria.
O Andes decidiu,
então, reprovar a proposta do governo, mas manterá aberta a negociação. Na
próxima segunda-feira (23) acontecerá outra rodada de conversações.
O sindicato afirmou
que sua proposta é criar um único cargo de professor federal e que a proposta
do governo mantém a posição de não unificar as carreiras. "Isto denota
caráter visivelmente discriminatório, uma vez que todos os professores exercem
a mesma atividade", diz o comando de greve do Andes.
O sindicato diz que o
governo adota uma posição "propagandística". A presidente do Andes,
Marinalva Silva de Oliveira, afirmou que, ao anunciar sua proposta de reajuste,
semana passada, os ministros fizeram um "show midiático".
"Nem sabíamos da
coletiva do governo. Enquanto anunciavam a proposta num auditório, ainda
estávamos reunidos com técnicos dos ministérios", disse Marinalva
Oliveira.
O secretário de Ensino
Superior do Ministério da Educação, Amaro Lins, criticou a posição do Andes e
afirmou que, na base da categoria, a maioria dos professores concorda com a
proposta de reajuste apresentada pelo governo.
"A avaliação que
tenho é o contrário da apresentada pelo Andes. Há, na base, um reconhecimento
do mérito e concordância dessa visão de qualificação da universidade. E os
percentuais de reajuste apresentados foram muito bem aceitos. O Andes está
divergindo de sua base", disse Amaro Lins.
A presidente do
sindicato dos professores da Universidade Federal Fluminense, Eblin Farage,
afirmou que a posição do Comando Local de Greve da UFF também é de rejeição ao
texto governista.
"O reajuste não
representa ganhos reais e desqualifica uma série de reivindicações do plano de
carreira. Determina, por exemplo, que apenas 20% dos professores de cada
universidade federal chegarão ao topo da carreira, é um funil ainda maior da
carreira", ressaltou Eblin.
Hugo Freitas
Com informações da agência O Globo
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