A saúde, a violência e a renda média de trabalho assalariado são os piores indicadores de qualidade de vida em São Luís, de acordo com pesquisa divulgada pelo Observatório Social de São Luís.
O estudo, que aponta a situação do município e o desempenho das políticas públicas, é elaborado com base em dados referentes ao ano de 2010 e foi apresentado na última sexta (12), no Palácio Cristo Rei.
A pesquisa durou quatro meses e reuniu dados sobre educação, violência, trabalho e renda, trânsito, juventude, saneamento e raça (cor). A saúde foi apontada como o indicador em situação mais grave.
Em comparação a outras capitais, a cidade apresenta uma das piores coberturas de pré-natal do país, ocupando a 24ª posição em quantidades de acompanhamento médico a grávidas. De acordo com a pesquisa, 59,74% (ou 10.608) dos nascidos vivos no município tiveram mães que fizeram número de consultas de pré-natal abaixo do recomendado, ou seja, menos do que sete consultas médicas durante a gravidez.
São Luís também ocupa classificação de alto índice de morte materna no ranking entre as capitais. Com 84,47 óbitos a cada 100 mil nascimentos, a cidade está em 24° lugar na lista nacional. Os dados de óbito fetal – morte do feto antes de deixar o corpo da mãe – são os mais críticos. Com 14,53 por 1 mil nascidos vivos, a pesquisa mostra que a cidade é a última colocada no ranking nacional.
O levantamento reuniu dados obtidos com informações disponibilizadas por secretarias municipais e estaduais e pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). A sistematização do estudo foi elaborada pelo diretor da Kairós Desenvolvimento Social, Elvis Bonassa. O trabalho foi encomendado pelo Observatório Social de São Luís, programa do Instituto de Cidadania Empresarial do Maranhão (ICE-MA) e responsável pela organização do Movimento Nossa São Luís. “Quando comparamos os indicadores, São Luís ocupa as últimas posições. As questões de saúde no estado estão entre as piores do Brasil, principalmente no que diz respeito à saúde básica”, disse Elvis Bonassa.
Sobre a renda dos trabalhadores, o estudo indica que São Luís tem a 22ª pior média salarial dos trabalhadores em atividade formal, em comparação às outras capitais. Enquanto que Brasília tem um salário médio de R$ 3.609,42, a capital maranhense tem uma média salarial de R$ 1.684,70, quase a metade do valor recebido pelos habitantes da capital federal.
Violência – Os indicadores apontam o aumento gradativo das taxas de homicídio juvenil masculino e de agressão a mulheres, crianças e idosos. São 178,73 mortes de homens entre 15 e 24 anos por 100 mil habitantes. A taxa de homicídios foi calculada com base nas informações dos atestados de óbito, referentes a pessoas residentes em São Luís.
Segundo os registros hospitalares, a cada 10 mil habitantes de 0 a 14 anos, foram registradas, em 2010, 5,41 internações na rede pública de crianças nessa faixa etária por causas relacionadas a possíveis agressões. Em 2009, foram 3,27 internações com suspeita de agressão por 10 mil crianças. Em 2008, foram 2,39 casos por 10 mil habitantes nessa faixa etária. Entre os idosos, a cada 10 mil habitantes, foram diagnosticadas 14,83 internações na rede pública de pessoas de 60 anos ou mais por causas relacionadas a uma possível agressão.
Educação – A educação na cidade apresenta alguns bons desempenhos, segundo Elvis Bonassa. A Média do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) para os anos finais do ensino fundamental público da cidade está entre os 10 melhores do Brasil, com tendência de melhoria na educação. A cobertura de creche também está entre as 10 melhores do país. No entanto, os dados de educação não possibilitam sozinhos alavancar a qualidade de vida no município. É o que afirma Elvis Bonassa. “No conjunto de indicadores, São Luís fica abaixo da média do Brasil”, afirma.
As informações estão disponíveis no site do Observatório Social de São Luís www.nossasaoluis.org.br
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