quarta-feira, 31 de agosto de 2011

De como Roseana Sarney gosta de preto e de índio


Por Zema Ribeiro

Este blogue recebe com alegria a notícia do título de patrimônio cultural imaterial brasileiro dado ao complexo cultural do bumba meu boi, ontem (30), em Brasília/DF (o que já havia acontecido anos antes com o tambor de crioula).

Roseana Sarney não perde a pose e a oportunidade e aproveita para “sambar” com diversos personagens de uma de nossas mais destacadas manifestações culturais, outrora alvo de perseguição policial e da elite branca e endinheirada.

Aí é bonito posar ao lado de preto e de índio, os grandes estorvos ao “desenvolvimento” patrocinado pelos governos estadual e federal. Indígenas, quilombolas e sem-terra estão, mais uma vez, acampados na sede do Incra, em São Luís. A governadora nunca se dignou a pisar por lá, nem em junho nem agora, com as mesmas sandálias que valsam toadas.

Roseana Sarney não é índia, não é Catirina e duvido mesmo que levasse algum prêmio na Dança dos Famosos do Domingão do Faustão, devendo ser reconhecida como dançarina apenas por seus fieis bajuladores de plantão. “Como dança a governadora!”, devem suspirar emocionados ao vê-la arriscar um passo ou outro para posar para a mídia que lhe serve e lhe ajuda a sustentar a pose.

A governadora é, ao contrário, a dona da fazenda, a dona do mar, aquela que nega a língua e outros nacos do boi a índias, índios, Catirinas, Pais Franciscos, quilombolas, sem-terra e maranhenses outros, famintos e sedentos de justiça e paz, no campo e na cidade.

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