sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Manifestações reuniram cerca de 250 mil pessoas nas ruas do Chile


Os chilenos iniciaram na última quarta-feira (24) a primeira greve geral, de 48 horas, em duas décadas, desde que terminou a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
 
A paralisação, convocada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), é apoiada pela oposição e pelo movimento estudantil, que há três meses faz manifestações em favor de uma educação pública, gratuita e de melhor qualidade.

Além de uma reforma educativa, os grevistas exigem reformas tributárias, trabalhistas e constitucionais.


Para se proteger da violência policial, ocorrida em manifestações anteriores, alguns manifestantes ergueram barricadas e foram atacados pela polícia. Durante a noite houve panelaços, também reprimidos.

O governo anunciou que a greve não teve a adesão esperada, mas, para jogar a população contra os grevistas, diz que "causará prejuízos ao país". Pelos seus cálculos, o Chile perderá cerca de US$ 400 milhões nos dois dias do movimento. Na quarta-feira, 348 pessoas foram detidas e 19 policiais e 15 civis foram feridos em confrontos.

A paralisação, na avaliação de especialistas políticos, é mais um golpe contra o governo direitista de Sebastian Pinera, que faz um governo conservador, neoliberal e é mal avaliado nas pesquisas de opinião pública, com altos índices de rejeição.

Os chilenos exigem melhor distribuição das riquezas e maiores investimentos em educação e saúde. Uma das propostas dos grevistas é aumentar os impostos sobre a parte mais rica da população.

Marchas e manifestações marcaram o segundo dia de Paralisação Nacional no Chile.

Cerca de 250 mil pessoas estiveram nesta quinta (25) nas ruas de Santiago para as marchas do segundo dia de Paralisação Nacional. De acordo com informações da Central Unitária de Trabalhadores (CUT), as marchas saíram de quatro pontos da capital chilena: Mapocho, Estação Central, San Diego con Placer e Praça Italia. Os manifestantes ocuparam as ruas até por volta das 13h30 (horário local).

As 48 horas de mobilização nacional reuniram mais de 80 organizações sociais, políticas e sindicais do país por um novo Código do Trabalho, reforma do sistema tributário, nova Constituição Política do Estado e educação pública gratuita. De acordo com Camila Vallejo, presidenta da Confederação dos Estudantes Chilenos (Confech), participam das manifestações estudantes, trabalhadores, sindicalistas, entre outros atores sociais. "[As manifestações] mostram a diversidade e a riqueza de movimentos que temos no Chile”, afirma.

A mobilização também mostra o descontentamento popular com o governo de Sebastián Piñera, presidente chileno. De acordo com a líder estudantil, o governo assumiu uma postura intransigente, sem abertura para o debate. "A discussão [ocorre] somente através dos meios [de comunicação] que ele domina”, comenta.

Para Camila, falta vontade por parte do Governo para mudar a situação do país. "Não há vontade, há intransigência. Não há vontade de mudança, nada mudou”, aponta.

A Paralisação Nacional de 48 horas se encerrou na noite desta quinta (25) com mais panelaços. Segundo Camila, nos próximos dias, as organizações planejarão mais protestos e manifestações. "A mobilização não termina aqui. Vamos avaliar e seguir adiante”, assegura.

Com informações das agências

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