Por Hugo Freitas
O deputado federal Carlos Brandão
(PSDB-MA) criticou a ausência da companhia VALE na Audiência Pública realizada
na Câmara dos Deputados, em Brasília, para tratar sobre as compensações econômicas e
socioambientais aos municípios afetados pelo transporte de minério na Estrada
de Ferro Carajás.
Na avaliação do parlamentar, a empresa tem sido omissa e
evitado a mesa de discussão para tratar sobre o assunto com os representantes
dos municípios.
Os prefeitos maranhenses tinham por
objetivo apresentar à VALE uma pauta de reivindicações e abrir o diálogo sobre
as possíveis compensações em razão dos impactos ambientais causados pela
Estrada de Carajás por onde passam os vagões da empresa. Porém, a ausência de
representantes da VALE irritou os presentes.
“Não é a primeira vez que a VALE resolve omitir-se
neste debate sem apresentar qualquer justificativa. Nós como parlamentares lamentamos
muito essa atitude. Ainda mais por toda a riqueza que passa diariamente por
esses municípios afetados pela estrada, mas que não recebem qualquer incentivo
econômico e fiscal”, protestou Brandão.
Carlos Brandão defende as compensações aos municípios afetados pela exploração da VALE
O parlamentar também aproveitou a
discussão para pedir apoio aos colegas na tramitação do Projeto de Lei – PL nº 6621/2006 – que tramita na Comissão de Minas e Energia da
Câmara e também defende a compensação financeira aos municípios maranhenses atingidos pela
exploração do minério de ferro.
“Essa proposta é de grande importância. Ela
precisa ser amplamente debatida com todos os seguimentos. Caso contrário, os
municípios continuarão empobrecendo vendo os vagões passar. E cidades
importantes como São Luís, também afetadas, continuarão a ver navios”, destacou
o parlamentar.
O projeto do deputado tucano já conta
com o apoio de outros colegas de bancada, a exemplo do parlamentar Cléber Verde
(PRB-MA), que foi o autor do requerimento para a realização da Audiência
Pública.
Em se tratando de um assunto de tão grande importância para os municípios maranhenses, principalmente aqueles que são diretamente afetados pela atividade extrativa da VALE, a não participação da empresa em debates que englobam seu raio de ação sugere o desinteresse e o descomprometimento da VALE em minimizar os impactos provenientes de sua bilionária atividade comercial.
Uma empresa que têm lucros bilionários a cada trimestre, à custa de poluição ambiental e sofrimento às populações das cidades afetadas, minimamente deveria buscar estabelecer canais permanentes de diálogo com representantes dos municípios e da sociedade civil maranhense que padecem à míngua, enquanto os dirigentes da VALE enriquecem em escala exponencial.
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