sexta-feira, 3 de maio de 2013

Corpo do ex-presidente João Goulart será exumado


Por Hugo Freitas

O Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul (MPF/RS) e a Comissão Nacional da Verdade (CNV) decidiram exumar o corpo do ex-presidente João Goulart, que governou o país entre 1961 e 31 de março de 1964.

A decisão foi tomada durante reunião da comissão ocorrida em Brasília, no dia 24 de abril.

O objetivo é esclarecer se a causa da morte foi um ataque cardíaco, conforme divulgaram na ocasião as autoridades do regime militar, ou outro fator, como por exemplo envenenamento.

Oficialmente, o ex-presidente João Goulart, também conhecido como "Jango", morreu no dia 6 de dezembro de 1976 em Mercedes, cidade do Norte da Argentina, em decorrência de um ataque cardíaco fulminante.

A hipótese de envenenamento, no entanto, poderia ter ocorrido com a substituição de medicamentos rotineiros de Goulart, supostamente sabotados por agentes da repressão uruguaia. É o que supõem pessoas da família e amigos próximos do ex-presidente naquele período.

João Goulart foi sepultado em São Borja (RS), sua terra natal.

Embora a decisão já tenha sido tomada pela comissão, há diversas situações a serem esclarecidas antes da concretização do ato de exumação, adverte a procuradora federal Suzete Bragagnolo.

"Estamos estudando os procedimentos adequados. Se o pedido será feito à Justiça ou se será administrativo (ao responsável pelo cemitério, a prefeitura de São Borja). Também precisamos nos cercar do máximo de rigor técnico possível, com consultas a peritos, para sabermos quais as chances de o resultado ser conclusivo", disse Suzete.

A procuradora admite que há uma forte possibilidade de que a exumação, feita tantos anos depois da morte de Goulart, seja inconclusiva, mas acredita que com as técnicas e reagentes hoje disponíveis a possibilidade de um bom resultado é maior.

A família de João Goulart já tornou pública a autorização para a exumação.

"Indícios (de envenenamento) existem muitos. A exumação produziria a prova material para comprovar ou não a causa da morte e poderia corrigir a história oficial, informando que um presidente da República morreu assassinado", disse o advogado Christopher Goulart, neto do ex-presidente.

Em 2014, o Golpe Militar que pôs fim ao mandato presidencial de Jango completa 50 anos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Grato pela participação.