Por Hugo Freitas
O papa Bento XVI, que renunciará ao
pontificado no próximo dia 28, oficiou nesta quarta-feira (13) sua última grande
missa, na qual se mostrou visivelmente emocionado com o afeto dos fiéis e
denunciou que a divisão no clero e a falta de unidade desfiguram o rosto da
Igreja.
A basílica de São Pedro, situada no Vaticano, estava lotada quando o papa rezou a missa da Quarta-Feira de Cinzas, que abre o período da
Quaresma. O pontífice destacou a importância do testemunho da fé e da vida cristã de cada
um dos seguidores de Cristo para mostrar a verdadeira face da Igreja, acrescentando que, no
entanto, muitas vezes esse rosto "aparece desfigurado".
"Penso em particular nos atentados
contra a unidade da Igreja e nas divisões no corpo eclesiástico. É preciso viver a Quaresma de uma maneira intensa,
superando individualismos e rivalidades", afirmou.
Bento XVI também disse que Jesus
denunciou a "hipocrisia religiosa, o comportamento dos que buscam o aplauso
e a aprovação do público".
"O verdadeiro discípulo não serve
a si mesmo ou ao público, mas a seu Senhor, de maneira singela, simples e
generosa", ressaltando que "o testemunho do cristão
será mais incisivo quanto menos busque a glória".
As "indiretas" do papa para seus fiéis demonstram que o comunicado sobre sua renúncia (confira aqui) não foi apenas pela idade avançada (uma vez que João Paulo II, seu antecessor, praticamente morreu no cargo, mesmo idoso e doente).
Ao afirmar todo o exposto, Bento XVI torna público o quanto a Igreja Católica está dividida internamente, não só por grupos que almejam mais espaço e poder, mas também por aqueles que se elevam sobre o próprio ofício sacerdotal, fazendo de seu ministério "sagrado" um trampolim para o sucesso individual e "profano".
Com informações da agência internacional EFE
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