domingo, 1 de abril de 2012

PASSADO PRESENTE: 30 ANOS DA GUERRA DAS MALVINAS E TENSÃO ENTRE ARGENTINA E INGLATERRA PERSISTE


Argentina lembrará nesta segunda-feira (02) o 30º aniversário da guerra com o Reino Unido nas Malvinas, em meio a tensões com Londres pelo velho litígio de soberania das ilhas, situadas no Oceano Atlântico.

A comemoração reivindicativa da soberania nas Malvinas (Falklands, em inglês), demanda que une todos os partidos políticos da Argentina, começará na noite deste domingo (01) com uma passeata iluminada com tochas pelo centro de Buenos Aires.

A caminhada será seguida por uma vigília no "Monumento aos Caídos", erguido na Praça San Martín, no norte da cidade, em homenagem aos 649 mortos argentinos no conflito com os britânicos. Atos similares se repetirão em outras grandes cidades do país.

Uma caravana de veteranos da guerra que partiu há semanas da localidade da Quiaca, no extremo norte do país e fronteira com a Bolívia, concluirá amanhã (02) o percurso de 5 mil quilômetros com sua chegada à cidade Ushuaia, onde a presidente argentina, Cristina Kirchner, liderará o ato central de lembrança dos 30 anos do conflito.

Acompanhada pelo alto escalão de seu Governo, Cristina vai inaugurar um memorial com a "Chama Eterna" para lembrar os mortos na guerra na "Praça Ilhas Malvinas", de Ushuaia, a cidade mais austral do mundo e capital da província da Terra do Fogo, cuja jurisdição abrange o arquipélago em disputa com o Reino Unido.

Ao calor da ofensiva diplomática desdobrada nos últimos anos pela Argentina, a União de Nações Sul-americanas (Unasul) pedirá nesta segunda-feira à ONU que "promova o diálogo" entre argentinos e britânicos para dirimir a soberania das ilhas, negociação à qual o Reino Unido se opõe taxativamente.

A Guerra das Malvinas explodiu em 2 de abril de 1982, quando 900 soldados argentinos desembarcaram em Puerto Argentino (Port Stanley para os britânicos), a capital das ilhas situadas a 740 quilômetros ao leste do litoral sul-americano, e expulsaram as autoridades britânicas.

Historiadores analisam que o conflito serviu para que o Governo conservador de Margaret Thatcher recuperasse a popularidade entre os britânicos, enquanto na Argentina se constituiu no princípio do fim de uma cruel ditadura militar (1976-1983).

Em 30 de março de 1982, quando os navios de guerra argentinos viajavam em direção às Malvinas, o rachado regime liderado pelo então general Leopoldo Galtieri havia reprimido com violência uma greve e uma passeata pacífica em direção à Praça de Maio, em frente à sede do Governo, para reivindicar o retorno da democracia.

O mesmo passeio histórico onde Galtieri havia sido aclamado em manifestações populares foi palco de grandes distúrbios em 14 de junho de 1982, quando as tropas argentinas se renderam às britânicas.

O que para a Argentina - de 40 milhões de habitantes - é "a façanha das Malvinas", é lembrado nas ilhas - de 3 mil habitantes de origem inglesa - como "o dia da invasão", que deu passagem a uma guerra que causou a morte de três "kelpers" (malvinenses) e 255 soldados britânicos.

A Argentina reivindica que o Reino Unido cumpra uma resolução do Comitê de Descolonização das Nações Unidas (ONU) que em 1965 opinou que as Malvinas são um enclave colonial britânico e convidou às partes a negociar a soberania das ilhas levando em conta os interesses da população, de origem inglesa.

Nas últimas semanas, argentinos e britânicos elevaram o tom de suas acusações em um conflito que data de janeiro de 1833, quando tropas inglesas ocuparam as ilhas e expulsaram a população argentina.

Argentina redobrou as pressões para frear explorações de pesca e de petróleo em torno das Malvinas e conseguiu que os países sul-americanos decidissem impedir o ingresso aos seus portos de navios com bandeira das ilhas ou de guerra britânicas.

Recentemente, o Reino Unido enviou às Malvinas o destróier mais moderno da Marina Real e o príncipe William para tarefas de formação militar.

Para entender melhor o que foi a Guerra das Malvinas e quais os seus desdobramentos, além da visualização de fotos do conflito, dados estatísticos e mapas, dentre outras informações, clique AQUI.

2 comentários:

  1. Biç MilLáh (Em nome de Deus). As Malvinas é território da Argentina. Irmãos muçulmanos argentinos. Lutem!
    www.estradadaharmonia.blogspot

    ResponderExcluir

Grato pela participação.