Primeiro cenário estimulado:
Eliziane 21,9% - Edivaldo 16,3% - Castelo 15,6%
Por Hugo Freitas
Em que pese o alto índice de rejeição
do deputado federal João Castelo (PSDB), segundo colocado nesse quesito na
corrida sucessória pelo comando da Prefeitura de São Luís, de acordo com a pesquisa Escutec divulgada na segunda-feira (11), o seu posicionamento
nas eleições municipais de outubro poderá ter peso significativo na balança política
da capital.
Em todos os cenários estimulados em que
aparece seu nome, Castelo rivaliza com seus principais adversários, o prefeito
Edivaldo Holanda Júnior (PDT) e a deputada federal Eliziane Gama (PPS).
Considerando-se a margem de erro de 3% da pesquisa para mais ou para menos, o tucano está empatado tecnicamente com o pedetista e apenas a 6 pontos
percentuais da pepessista.
Segundo cenário estimulado:
Eliziane 22,1% - Castelo 15,7% - Edivaldo 15,5%
Isto confere ao ex-prefeito um plus na
disputa por La Ravardière, ainda que ele não entre, de fato, na arena
eleitoral. Como é sabido, Castelo foi derrotado em 2012 por Edivaldo muito mais
por conta de sua péssima administração, que lhe rendeu um alto índice de
rejeição; à época, em torno dos 33%. Hoje, o tucano está atrás apenas do prefeito Edivaldo, cujo índice de rejeição circunda na casa dos 40%.
Desse modo, apesar de não ter feito
ainda nenhuma declaração mais contundente sobre suas intenções de disputar a
Prefeitura de São Luís, Castelo pode se constituir no fiel da balança eleitoral
ludovicense. Estando na corrida sucessória, o tucano ameaça a polarização entre
Eliziane e Edivaldo. Fora dela, ele abre espaço para a emergência mais vigorosa
de outros candidatos com significativo potencial de crescimento na preferência
do eleitorado. São os casos de Bira do Pindaré (PSB), Rose Sales (PV), Fábio
Câmara (PMDB) e Wellington do Curso (PP).
Terceiro cenário estimulado, sem a presença de João Castelo:
Eliziane 23,5% - Edivaldo 16,3%
Quarto cenário estimulado, sem a presença de João Castelo:
Eliziane 23,9% - Edivaldo 16,3%
Quinto cenário estimulado, sem a presença de João Castelo:
Eliziane 26,4% - Edivaldo 16,9%
Nessa perspectiva, sendo ou não
candidato a prefeito da capital, Castelo possui densidade eleitoral suficiente
para abrir canais de negociação tanto com os líderes das pesquisas quanto com
aqueles que emergem de forma incisiva na disputa.
Talvez, por isso mesmo, aqueles que em
outras eleições consideravam Castelo "inimigo a ser combatido",
inclusive denunciando-o na Justiça por ter deixado um "rombo" de
cerca de 1 bilhão de reais nos cofres de São Luís durante a sua gestão
(2009-2012), passaram a tratá-lo como "honrado aliado", tudo em nome de uma vitória nas urnas.
Seja como for, em tempos de crise de
representação, de escândalos de corrupção e de processo de impeachment da
presidente da República liderado pelos seus outrora aliados, acordos de novos personagens com a velha
guarda da política local podem até angariar algum quantum, no tocante a maior tempo de propaganda no rádio e na TV e de aquisições de
"feudos eleitorais" por meio de "lideranças", mas crava de
modo certeiro um punhal no coração de boa parte dos eleitores que ainda
alimenta a esperança de votar em representantes políticos compromissados com
o desenvolvimento humano e social do povo que intentam governar.
A rejeição de Edivaldo, mostrada pela pesquisa Escutec, está aí para certificar que o discurso do "novo" e
da "mudança", esculpido sob a égide das velhas oligarquias que dominam politicamente São Luís há décadas, não possui efeito concreto a longo prazo se não estiver coadunado a novas práticas eleitorais, à
mudança de cultura política e ao sentimento popular que vem das ruas, sob o
risco da única mudança efetiva ser apenas o resultado das urnas.
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