"Militantes" de uma das tendências do PT local buscam aproximação com Eliziane Gama (REDE) visando às eleições de 2016 na capital
Por
Hugo Freitas
O
Partido dos Trabalhadores, há tempos, perdeu sua "identidade" por
estas maranhas. Em nome do famigerado "princípio da governabilidade"
estendeu para os estados e municípios as alianças "pragmáticas" que realizou a
nível nacional para chegar à Presidência da República. Doze anos depois de
poder petista, seu "desgaste" no comando do país se espraia também para todo o continente, incluindo sintomaticamente o Estado do Maranhão.
De
forma institucional/formal, o PT apoiou a candidatura do senador Edinho Lobão
(PMDB) para o Governo do Maranhão em 2014, concedendo-lhe o tão disputado tempo de rádio e TV da legenda, na mesma esteira do que ocorreu em
2010, quando a Direção Nacional do partido impôs goela abaixo uma aliança com
Roseana Sarney (PMDB).
Porém,
uma ala do partido da estrela vermelha, liderada por Francisco Gonçalves e
Márcio Jardim, decidiu apoiar Flávio Dino (PCdoB). Resultado: Dino venceu as
eleições, tornou-se governador e Gonçalves e Jardim tornaram-se seus
secretários, de Direitos Humanos e Esportes, respectivamente.
Conjuntura
similar ocorre na esfera municipal. Alguns membros de uma ala do PT maranhense
ocupam cargos na gestão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT), porém também
de forma "informal". Por isso mesmo, representantes de outras alas
não contemplados por La Ravardière tentam mostrar força interna no partido ao
buscar uma aproximação com a pré-candidatura de Eliziane Gama (REDE), líder de
todas as pesquisas já realizadas para a sucessão na capital.
De olho
na repartição das secretarias e cargos numa eventual vitória de Eliziane,
alguns militantes petistas aproximam-se dos dirigentes da REDE para fazer
frente ao desprestígio que sofrem por parte tanto de Edivaldo quanto de Flávio
Dino.
A
sequência de notas, artigos e entrevistas divulgados/publicados por
membros/dirigentes do PT local nos últimos dias delineia de forma bem nítida a
perspectiva aqui exposta, no nosso Blog do Hugo Freitas, caro leitor. Do vereador Honorato Fernandes, ex-líder
da gestão Edivaldo na Câmara de São Luís, passando por Raimundo Monteiro,
dirigente estadual do PT, até Berenice Gomes, dirigente nacional da legenda
trabalhista, todos são uníssonos em um ponto: o PT maranhense não se entende e não caminha em conjunto.
Enquanto
Honorato defende a permanência de sua tendência no arco de alianças do
prefeito de São Luís, Monteiro sinaliza positivamente para apoiar Eliziane e "Berê"
aponta para candidatura própria do partido na capital.
A
verdade é que a filial do PT no Maranhão é uma espécie de "colcha de retalhos",
costurado internamente por diversas tendências que se digladiam diuturnamente pelo controle
do partido. Resultado disso é o famoso "cada um por si", que faz com
que a única unidade da legenda esteja afeita apenas ao seu nome, ilusão que
confunde a mente dos mais desatentos.
Em outras palavras, a única tese que todos concordam no PT é a de que não existe uma única tese com a qual todos devam concordar.
Portanto,
falar em PT no Maranhão é ponderar o peso do "estica-e-puxa" das
tendências, que faz com que um dos maiores partidos do país seja repartido em
diminutas "fratrias" nos estados e municípios, gerando como subproduto
um contingente de "militantes" não absorvidos nas máquinas burocráticas
que busca transformar esse aparente desprestígio em força real de combate
eleitoral.
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