Documento do PT afirma que o partido é "prisioneiro de um sistema eleitoral que favorece a corrupção"
Após as prisões dos petistas condenados
pelo mensalão, o PT tentará agora reforçar a tese de que o partido é vítima do
atual sistema político-eleitoral.
A defesa foi apresentada na primeira versão
do texto base do 5º Congresso Nacional do PT, que será aberto em dezembro, em
Brasília.
Redigido por Marco Aurélio Garcia,
assessor especial da Presidência da República, o documento afirma que o partido
é "prisioneiro de um sistema eleitoral que favorece a corrupção".
Ele foi mostrado ao Diretório Nacional
do partido na última segunda-feira, em reunião realizada em São Paulo. O texto
ainda poderá ser modificado por emendas.
Sem citar o mensalão, o PT levanta a
bandeira da ética como forma de fazer um contraponto ao escândalo que atingiu o
partido e volta a defender uma ampla reforma política. De acordo com o PT, o financiamento
público exclusivo de campanha é o principal passo a ser dado no rumo de uma
reforma política.
O documento faz ainda uma dura crítica
ao Poder Judiciário ao afirmar que o "sistema judicial é lento, elitista e
pouco transparente" e diz ainda que ele tem sido "permeado por
interesses privados".
Ao longo de 14 páginas, o texto faz
ainda uma autocrítica sobre a "burocratização" do partido durante os
11 anos de governo e afirma que o PT não avançou para imprimir um novo ritmo à
sua política.
No fim do documento, o partido indica o
que poderá ser o mote de campanha para a reeleição de Dilma Rousseff ao
comparar o atual momento político com o fim da ditadura. "Quando saímos da
noite da ditadura, soubemos dizer 'Nunca Mais!'. Agora, depois de uma década de
grandes transformações, afirmamos 'Nunca menos!'."
No texto, os petistas resgatam o
discurso de que os problemas econômicos refletem a herança deixada por Fernando
Henrique Cardoso, como recessão, juros abusivos, fortes pressões inflacionárias
e vulnerabilidade externa.
Só rindo mesmo!
Só rindo mesmo!
Com informações do jornal Folha de S. Paulo
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