Por Hugo Freitas
O Blog do Hugo Freitas inaugura, neste
1o. de novembro, o espaço "Absurdo da Semana", destinado para
observar detidamente o assunto mais destacado negativamente na imprensa local,
regional e nacional durante a semana.
Desta feita, trata-se de matéria da
"Revista IstoÉ", publicada no dia 28 de outubro (segunda-feira) e
intitulada de "O desespero do clã Sarney".
No afã de defender um dos lados na
disputa pelo comando do Governo do Estado em 2014 e de conferir-lhe maior "ibope", a "IstoÉ" se
apressou em dizer, orgulhosamente no subtítulo da "matéria", que a
família Sarney corria o risco de, "pela primeira vez em quase meio
século", perder o poder no Maranhão, referindo-se à possibilidade de uma
vitória de Flávio Dino (PCdoB) contra o "candidato da oligarquia", o
secretário estadual de Infra-estrutura Luís Fernando (PMDB).
Ocorre que tanto o autor da matéria
quanto o editor da revista simplesmente "esqueceram" da vitória do
falecido médico Jackson Lago nas eleições de 2006, quando derrotou a filha do
senador José Sarney, Roseana Sarney, em disputa travada no segundo turno. À
época, a atual governadora, eleita em 2010 pelo PMDB, integrava o já extinto
Partido da Frente Liberal (PFL).
Esta, sim, foi a primeira vez na
história política do Maranhão que um candidato da "oposição"
conseguiu derrotar nas urnas um candidato da família Sarney na disputa
estadual. O fato ficou registrado no dia 29 de outubro de 2006 (confira aqui).
No pleito daquele ano, contudo, foi decisivo para a vitória de Jackson contra Roseana o apoio do governador José Reinaldo Tavares que, após ter sido eleito em 2002 como representante do grupo Sarney, rompeu com este no ano seguinte, passando a partir de então a cerrar fileira no campo da "oposição".
No pleito daquele ano, contudo, foi decisivo para a vitória de Jackson contra Roseana o apoio do governador José Reinaldo Tavares que, após ter sido eleito em 2002 como representante do grupo Sarney, rompeu com este no ano seguinte, passando a partir de então a cerrar fileira no campo da "oposição".
Prova maior de que para vencer uma
eleição no Maranhão, a "oposição" precisou da "oligarquia",
ou mais especificamente, de um governador "sarneysista".
Somando-se o tempo de gestão de Zé
Reinaldo e de Jackson Lago, a "oposição" governou o Maranhão durante
sete anos ininterruptos (2003-2009), fato registrado na história política
estadual que põe por terra a premissa equivocadamente "plantada" pela
revista "IstoÉ" (veja aqui).
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