Por Hugo Freitas
Morreu na noite desta quarta-feira (05), aos 104 anos, o arquiteto Oscar Niemeyer.
Reconhecido em todo o mundo como um dos grandes expoentes da arquitetura moderna, Niemeyer morreu por volta das 22h, no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, na companhia da mulher, Vera Lúcia, 67, e de familiares.
Morreu na noite desta quarta-feira (05), aos 104 anos, o arquiteto Oscar Niemeyer.
Reconhecido em todo o mundo como um dos grandes expoentes da arquitetura moderna, Niemeyer morreu por volta das 22h, no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, na companhia da mulher, Vera Lúcia, 67, e de familiares.
O carioca, que completaria 105 anos no
próximo dia 15, se tornou referência mundial na arquitetura ao dar novas formas
à utilização do concreto, identificadas principalmente nas curvas (sua marca registrada) que desenhava
com suntuosidade e maestria para edificações consideradas pela crítica como
"obras faraônicas".
Seus mais famosos projetos estão na
cidade de Brasília, destacando-se entre eles o Palácio do Planalto, Palácio da
Alvorada e o edifício do Congresso Nacional. Também projetou o Conjunto
Arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte, o famoso "disco voador"
do Museu de Arte Contemporânea de Niterói (RJ) e o Parque do Ibirapuera, em São
Paulo.
O homem que ajudou a tirar do papel a capital federal, durante a presidência de Juscelino Kubitschek, deixou sua marca também em várias cidades do mundo ao longo do século XX. Durante o auto-exílio, em decorrência da tomada do poder pelos militares golpistas no Brasil em abril de 1964, Niemeyer projetou obras na França, na Argélia, e nos EUA, onde notabilizou-se ao projetar o prédio que abriga a sede da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York.
O homem que ajudou a tirar do papel a capital federal, durante a presidência de Juscelino Kubitschek, deixou sua marca também em várias cidades do mundo ao longo do século XX. Durante o auto-exílio, em decorrência da tomada do poder pelos militares golpistas no Brasil em abril de 1964, Niemeyer projetou obras na França, na Argélia, e nos EUA, onde notabilizou-se ao projetar o prédio que abriga a sede da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York.
Filiado e militante do Partido
Comunista do Brasil (PCdoB) de 1945 até o início dos anos 1990, o célebre arquiteto fez
diversos projetos gratuitamente, em benefício das causas que inspiravam sua
construção, conquistando a admiração de personalidades mundiais, do líder
cubano Fidel Castro - que o comparou ao pintor renascentista Michelangelo - ao
astro de Hollywood Brad Pitt.
Talvez, o maior diferencial de Niemeyer
aos demais arquitetos de sua geração tenha sido a exteriorização da humanidade que carregava consigo. Certa vez, disse: "É necessário
protestar contra a miséria, as injustiças, as desigualdades. A arquitetura não
muda a vida dos pobres. Para mudá-la, é preciso sair às ruas e protestar".
Aliás, relembrando a construção de
Brasília, o renomado arquiteto declarou ter ficado profundamente decepcionado
pelo fato do simbolismo de modernidade e esperança que a capital federal
significou para os "candangos" que a ajudaram a construir não ter se
materializado em oportunidades e melhorias de vida para essa gente, hoje abandonados à própria
sorte nas periferias da cidade.
Assim, se vai o gênio humano da arquitetura, que ao longo de seus 104 anos mostrou ao mundo que até a frieza do concreto pode se render à sensibilidade do artista.
"A vida é um sopro, é um vento, é um minuto" (Oscar Niemeyer)
Assim, se vai o gênio humano da arquitetura, que ao longo de seus 104 anos mostrou ao mundo que até a frieza do concreto pode se render à sensibilidade do artista.
"A vida é um sopro, é um vento, é um minuto" (Oscar Niemeyer)
“A vida é um minuto”
ResponderExcluirO triplo do meu tempo inda não daria a conta de 105 anos, tal idade ultrapassa o sonho de imortalidade de qualquer homem apaixonado pela vida.
Dei de ligar a TV, e como me doeu a morte do Oscar Niemeyer! Um contemplado pela sorte que se foi de forma natural após cumprir sua generosa existência - diria meu pensamento, mas sinto ainda que é como se fosse precoce ou um ato cruel da própria vida com a dele.
As palavras comoventes de Chico Buarque a ele derrearam as lágrimas que lutei em represar sem que nada mais pudesse fazer. Um homem rabiscando o papel como se fosse simples erguer da terra estranhas catedrais. Quando caminhei solitário por Niterói me demorei mais que o habitual naquela taça imensa de sorvete a qual chamam de disco voador, percebi a força do poeta do concreto.
Suas palavras marcantes sobre a existência, o cigarro amparado pelos dedos a troçar com leveza de qualquer saúde, a sobrancelha séria e serena... Faz pena sua partida, faz pena! Fez do seu tempo um escritório e do escritório um lugar pra pensar a vida. Um homem que inventava o sonho, mas sabia consegui-lo para projetar autênticas quimeras a se forjar ininterrupto. Ele enganou a todos que morreu, entrou naquele disco voador e partiu!
"Se a reta é o caminho mais curto entre dois pontos, a curva é o que faz o concreto buscar o infinito".
César Borralho________________