Por Hugo Freitas
Em entrevista ao Portal Vermelho esta
semana, os quatro principais candidatos "oposicionistas" à prefeitura
de São Luís (Edivaldo Holanda Júnior-PTC, Eliziane Gama-PPS, Roberto Rocha-PSB
e Tadeu Palácio-PP), responderam alguns questionamentos sobre o cenário
político para as eleições de 2012 na capital.
Li todas. Contudo, a que mais chamou a
atenção foi a do ex-prefeito Tadeu Palácio, que conseguiu a façanha de se
contradizer na mesma oportunidade, ao afirmar que "sempre fui
contra o grupo Sarney. Mas lá estive por circunstância", saindo com
a "certeza de que aquele não era o grupo com o qual eu me identificava".
O próprio Tadeu dá indício de que sua
"saída" do berço esplêndido da oligarquia sarney se deu por falta de
espaço. "Quanto ao governo de Roseana Sarney, lá estive e nada vi
porque não participei de nada. Não tive espaço no governo dela".
Tadeu Palácio fala ainda dos gastos
atuais com limpeza pública, mas em nenhum momento cita que foi ele quem teve a
"belíssima" ideia de cobrar da população de São Luís a limpeza da
cidade, com a vergonhosa e inconstitucional proposta da "Taxa do
Lixo", rejeitada pela maioria do plenário da Câmara dos Vereadores.
Pior do que isso, foi a gestão do
ex-prefeito que procedeu à contratação de empresas de fora do Maranhão para
realizar o serviço de limpeza de São Luís, desempregando centenas de
trabalhadores ludovicenses e retirando do solo da capital as oportunidades de
novos empregos.
Essa entrevista é o registro material
de que as conveniências partidárias sempre ditam o jogo político no Maranhão,
onde a alcunha de "oposição" só é utilizada quando não se é agraciado
pelo grupo que está no poder.
Travestir de "novo" o já
surrado discurso é uma estratégia, infelizmente, que ainda atrai adeptos
fervorosos, o que, em última análise, de acordo com o sociólogo Pierre
Bourdieu, encobre a lógica da reprodução da dominação política no Estado, ao se
fazer alianças partidárias que mantêm no poder os velhos mandatários de
outrora.
Confira a entrevista na íntegra:
Na sua opinião, qual será o papel de
Flávio Dino nas eleições de 2012?
Flávio Dino representa o sentimento que
cresce no Maranhão ao longo dos anos: o sentimento de mudança. Mudança no
modelo de gestão, administração e relacionamento do governo com as pessoas. O
primeiro passo nesse sentido foi dado na eleição de Jackson Lago a governador
do Maranhão, quando aconteceu tudo aquilo depois do processo que abriram contra
ele. Hoje, temos o Flávio Dino que representa essa mudança e ninguém é como
ele. Há no Maranhão uma revolta com a política, mas ainda é uma revolta
medrosa, e o Flávio Dino tem ajudado a trazer mais confiança ao povo do
Maranhão, para que ele se liberte.
Qual é a prioridade para São Luís, no
seu ponto de vista?
São Luís precisa, primeiramente,
resolver as necessidades básicas. Recuperação do modelo de Educação. Não
podemos compreender que as escolas comecem sempre o ano letivo fechadas. O
único ano em que João Castelo conseguiu abrir o ano letivo na data certa foi em
2009, ano em que deixei tudo organizado ao sair da prefeitura. Precisamos
também encontrar um novo modelo para a saúde, mobilidade e para a limpeza
urbana. Hoje se gasta três vezes mais que antes e a cidade está mais suja, com
hospitais sucateados, o que não aconteceu na minha gestão. São Luís precisa
respirar uma administração competente, que esteja integrada nacionalmente.
No grupo de oposição, existe mesmo
possibilidade para uma candidatura única? Por quê?
Foi isso o que nós combinamos.
Divididos, acredito que favorecemos os adversários e temos que ter sempre em
vista o processo eleitoral de 2014. O que precisamos é de maturidade neste
momento para ver quem tem as melhores condições de disputar as eleições com
experiência e quem conhece o caminho das pedras para fazer o melhor. Vou
acompanhar o que o conjunto decidir, mas todos nós precisamos ser sábios para
ter discernimento de perceber onde estão as melhores condições.
Em relação aos grupos políticos
tradicionais liderados de um lado por Roseana Sarney e de outro por João
Castelo, qual a sua avaliação?
Ambos são péssimos. O que Castelo está
vivendo eu já vivi, mas dei respostas muito mais rápidas aos problemas da
cidade. Na minha época não tivemos nenhuma greve porque fazíamos a interlocução
democrática. Não deixávamos que o problema crescesse a um ponto de não poder
ser resolvido. Quanto ao governo de Roseana Sarney, lá
estive e nada vi porque não participei de nada. Não tive espaço no governo dela, que preferia fechar os olhos aos problemas do
Maranhão.
Se o grupo de oposição se dividir,
quais são as possibilidades de aliar-se à candidatura de João Castelo ou de alinhar-se
a Washington Oliveira, representante do grupo Sarney?
Sou coerente. Construí minha vida na
esquerda desde 1988 até deixar a
prefeitura em 2008. Sempre fui contra o
grupo Sarney e João Castelo. Por uma circunstância tive que entrar no governo
de Roseana Sarney, mas sai de lá com a certeza de que aquele não era o grupo
com o qual eu me identificava. Portanto,
mesmo que essa hipótese remota aconteça, com certeza não estarei ao lado de
nenhum dos dois grupos.
São Luis precisa urgente de saneamento basico, rede de esgoto mesmo, não adianta querer cuidar da saúde sem combater as causas das doenças, não adianta melar ruas e avenidas com camadas asfalticas sem que haja uma rede de esgoto e esrações de tratamento, esses serviços não aparecem aos olhos dos eleitores desatentos, e por isso se mela ruas e avenidas. Chega de enganação São Luis precisa de saneamento basico. REDE DE ESGOTO...REDE DE ESGOTO... REDE DE ESGOTO... REDE DE ESGOTO... REDE DE ESGOTO.
ResponderExcluirSem dúvida, Francisco.
ExcluirSaneamento básico deve ser uma das prioridades do novo prefeito de São Luís.