quarta-feira, 27 de junho de 2012

BRAÇO DE FERRO: Deputado Cutrim chama secretário Aluísio Mendes de "moleque" e matador de Décio de "papagaio ensaiado"


Por Hugo Freitas

"Se eu tivesse algum problema com Décio Sá ia resolver de homem prá homem, era na porrada, era na bala, era de qualquer jeito."

Assim se manifestou, furiosamente, o deputado Raimundo Cutrim (PSD) nesta terça-feira (26), na tribuna da Assembleia Legislativa do Maranhão, em pronunciamento de defesa após o surgimento de seu nome como o principal mandante da execução do jornalista Décio Sá, morto a tiros em abril passado.

A acusação de que Cutrim é o suposto mandante da morte do jornalista foi feita por Jhonatan Silva, assassino confesso, em depoimento à polícia (leia a íntegra AQUI).

Não contendo sua raiva, exemplificada nos vários palavrões emitidos na tribuna da AL, Cutrim por diversas vezes classificou o secretário de Segurança, Aluísio Mendes, de "moleque". "É um moleque travestido de secretário. Não tem condições de ser nem faxineiro, quanto mais secretário", disse o deputado, em resposta às acusações de seu suposto envolvimento no crime.

O ápice de seu discurso, que vem gerando muita polêmica e rebuliço no cenário político e midiático do estado, a ponto de ter sido a chamada principal da abertura do JMTV/2ª edição desta terça, foi o momento em que afirmou que se tivesse problemas com Décio resolveria na bala. "Se eu tivesse algum problema com Décio Sá ia resolver de homem prá homem, era na porrada, era na bala, era de qualquer jeito."

Disse, ainda, que é "macho", que não é "homem de mandar fazer, isso é coisa de covarde", e revelou que anda armado: "como sempre andei, não é com uma, é com cinco, seis armas".

Cutrim alegou ainda uma suposta estratégia arquitetada no depoimento de Jhonatan, assassino confesso, para manchar sua imagem, chamando-o de "papagaio ensaiado". "É um papagaio ensaiado. Foi tão mal ensaiado que falou bobagens", afirmou o deputado.

Cutrim atingiu o Ministério Público, a polícia e a Justiça

Aluísio Mendes disse hoje (27), em entrevista à imprensa, que o Ministério Público, a polícia e o Poder Judiciário foram atingidos pelas acusações do deputado Raimundo Cutrim, ao afirmar que o depoimento do assassino confesso do jornalista Décio Sá foi uma "armação", "montada" e "ensaiada".

"As declarações do deputado foram absurdas, e atingem não apenas os policiais, profissionais sérios que participam das investigações, como os integrantes do Ministério Público do Estado e do Judiciário, que acompanham o caso desde o início e nos têm dado todo o apoio em tudo o que precisamos. Como uma armação dessas poderia ter ocorrido com o acompanhamento dessas instituições sérias?", questionou Mendes.

O disparo maior do secretário contra o deputado foi feito logo em seguida: "Quem faz esse tipo de acusação é porque está acostumado com essas práticas".

Quanto aos xingamentos do deputado, que classificou Mendes como "moleque", o secretário disse que não iria "baixar o nível, como baixou o deputado".

"Não vou bater boca. Isso não é papel de gestor público. Assim como eu, nenhum dos profissionais que trabalham arduamente na investigação do crime do jornalista Décio Sá e de outros crimes vai baixar o nível".

E completou Aluísio: "Não é atacando um secretário de Estado que o deputado vai se defender das denúncias que recaem sobre ele".

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Grato pela participação.