Por Hugo Freitas
"Se eu tivesse
algum problema com Décio Sá ia resolver de homem prá homem, era na porrada, era na bala, era de qualquer jeito."
Assim se manifestou,
furiosamente, o deputado Raimundo Cutrim (PSD) nesta terça-feira (26), na
tribuna da Assembleia Legislativa do Maranhão, em pronunciamento de defesa após
o surgimento de seu nome como o principal mandante da execução do jornalista Décio
Sá, morto a tiros em abril passado.
A acusação de que
Cutrim é o suposto mandante da morte do jornalista foi feita por Jhonatan
Silva, assassino confesso, em depoimento à polícia (leia a íntegra AQUI).
Não contendo sua
raiva, exemplificada nos vários palavrões emitidos na tribuna da AL, Cutrim por
diversas vezes classificou o secretário de Segurança, Aluísio Mendes,
de "moleque". "É um moleque travestido de secretário. Não tem
condições de ser nem faxineiro, quanto mais secretário", disse o deputado,
em resposta às acusações de seu suposto envolvimento no crime.
O ápice de seu
discurso, que vem gerando muita polêmica e rebuliço no cenário político e
midiático do estado, a ponto de ter sido a chamada principal da abertura do
JMTV/2ª edição desta terça, foi o momento em que afirmou que se tivesse
problemas com Décio resolveria na bala. "Se eu tivesse algum problema com
Décio Sá ia resolver de homem prá homem, era na porrada, era na bala, era de
qualquer jeito."
Disse, ainda, que é "macho", que não é "homem de mandar fazer, isso é coisa de covarde", e revelou que anda armado: "como sempre andei, não é com uma, é com cinco, seis armas".
Cutrim alegou ainda
uma suposta estratégia arquitetada no depoimento de Jhonatan, assassino
confesso, para manchar sua imagem, chamando-o de "papagaio ensaiado".
"É um papagaio ensaiado. Foi tão mal ensaiado que falou bobagens",
afirmou o deputado.
Cutrim atingiu o Ministério Público, a polícia e a Justiça
Aluísio Mendes disse hoje (27), em entrevista à imprensa, que o Ministério Público, a polícia e o
Poder Judiciário foram atingidos pelas acusações do deputado Raimundo Cutrim, ao afirmar que o depoimento do assassino confesso do jornalista Décio Sá foi uma "armação", "montada" e "ensaiada".
"As declarações do
deputado foram absurdas, e atingem não apenas os policiais, profissionais
sérios que participam das investigações, como os integrantes do Ministério
Público do Estado e do Judiciário, que acompanham o caso desde o início e nos
têm dado todo o apoio em tudo o que precisamos. Como uma armação dessas poderia
ter ocorrido com o acompanhamento dessas instituições sérias?", questionou
Mendes.
O disparo maior do
secretário contra o deputado foi feito logo em seguida: "Quem faz esse tipo de acusação é porque
está acostumado com essas práticas".
Quanto aos xingamentos
do deputado, que classificou Mendes como "moleque", o secretário
disse que não iria "baixar o nível, como baixou o deputado".
"Não vou bater boca.
Isso não é papel de gestor público. Assim como eu, nenhum dos profissionais que
trabalham arduamente na investigação do crime do jornalista Décio Sá e de
outros crimes vai baixar o nível".
E completou Aluísio: "Não é atacando um secretário de Estado que o deputado vai se defender das
denúncias que recaem sobre ele".
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