domingo, 26 de agosto de 2012

MORRE O PRIMEIRO HOMEM A PISAR NA LUA

Neil Armstrong sofria de complicações no coração e não resistiu a uma cirurgia no órgão

O astronauta e primeiro homem a pisar na Lua, Neil Armstrong, morreu neste fim de semana após realizar uma delicada cirurgia em seu coração. O comandante da missão Apollo 11, de 82 anos, sofria com o bloqueio de quatro artérias no coração e não sobreviveu às complicações da operação no órgão vital.

Após o procedimento, realizado no dia 7 de agosto, Armstrong parecia se recuperar bem, segundo conhecidos e familiares. Gene Cernan, o último homem a ir na Lua, em 1972, disse à mídia americana que o amigo passava bem e que os médicos não esperavam problemas na recuperação do astronauta.

Armstrong foi o primeiro homem a pisar no solo lunar, em 20 de julho de 1969. Na missão, realizada pela Nasa, ele disse a frase, que entraria para a História: "Este é um pequeno passo para o homem, mas um grande salto para a humanidade".

O pulso do astronauta estava acelerado em 150 batimentos por minuto enquanto guiava o módulo lunar até a superfície do astro, segundo a Nasa. Na missão, uma cratera – a 48 quilômetros do local de aterrissagem da Apollo 11 – foi batizada em homenagem a Armstrong. Mais de 500 milhões de pessoas assistiram cada instante da chegada da Apollo 11 à Lua.

Antes de fazer parte da Nasa, o americano serviu à Marinha e foi combatente na Guerra da Coreia (1950-1953). Nascido em Wapakoneta, no estado de Ohio, ele estudou engenharia aeroespacial, mas entrou para o serviço militar em 1949. Após a guerra, ele retornou aos EUA e começou a trabalhar como piloto de testes de fabricantes de aeronaves.

Em 1962, a Nasa abriu inscrições para um novo grupo de astronautas e Armstrong logo preencheu o formulário e os requisitos da agência. Em 1966, ele comandou a missão Gemini VII, que realizou a primeira acoplagem em órbita entre naves, mas quase acabou em desastre, após um defeito mecânico em uma das aeronaves.

Depois da missão Apollo 11, Armstrong pegou um trabalho de escritório na Nasa, tornando-se vice-administrador-adjunto para a Aeronáutica na agência de pesquisa avançada e tecnologia. Um ano mais tarde, em 1970, ele virou professor de engenharia na Universidade de Cincinnati, deixando seu cargo na Nasa.


Até os dias finais de sua vida, ele morou em uma fazenda em Cincinnati, no estado de Ohio. Em uma de suas últimas aparições públicas, em Novembro de 2011, ele ganhou uma medalha de ouro dada pelo Congresso dos EUA, juntamente com os colegas da missão de 1969, Buzz Aldrin e Michael Collins.

Um homem reservado

Conhecido por ser um homem tímido e discreto, Neil Armstrong evitava aparições públicas e não gostava de chamar a atenção da mídia. Em 2005, ele ficou aborrecido ao saber que seu barbeiro havia vendido fios de seu cabelo para um colecionador por US$ 3 mil. O homem que comprou os fios não quis devolvê-los, dizendo que ele os havia acrescentado a sua coleção que incluía cachos de Abraham Lincoln, Napoleão, Marilyn Monroe, Albert Einstein e outros.

Apesar de sua natureza reservada, Armstrong certa vez fez um comercial para a fabricante de carros Chrysler. Ele disse ter feito o anúncio por causa da história de engenharia da Chrysler e porque queria ajudar a empresa, que estava com problemas financeiros.

Desde a infância, o sonho de voar

Neil Armstrong nasceu em Ohio, em 5 de agosto de 1930. Ele voou pela primeira vez quando tinha seis anos, ao lado do pai. Aos 16, já pilotava aviões antes de dirigir carros e tinha como herói o aviador americano Charles Lindbergh.

Ele recebeu diversas condecorações por comandar caças da Marinha americana na Guerra da Coreia, o que chamou a atenção dos agentes da Nasa. Ele foi recrutado como membro do Grupo dos Nove, a elite da agência, usada para testar a tecnologia contra as limitações da natureza.

Apesar das grandes habilidades de seus companheiros, seu empenho e paixão o levaram ao comando da Apollo 11, que realizou a promessa de John Kennedy de colocar o homem na Lua antes do fim da década de 60.

Fonte: O Globo
Editado por: Hugo Freitas

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