Glauber Rocha, um dos maiores nomes do cinema brasileiro
Há exatos 31 anos morria, vítima de problemas pulmonares, o cineasta Glauber Rocha, um dos mais
importantes cineastas brasileiros.
Com o princípio "uma ideia na
cabeça e uma câmera na mão", Glauber deu nova identidade ao cinema nacional, configurando-se como um dos maiores nomes do célebre movimento
chamado "Cinema Novo", edificando assim seu nome na história dessa
arte tão cultuada em todo o mundo. Conhecer o cinema nacional implica
compreender a arte inovadora de Glauber Rocha.
Nascido em Vitória da Conquista, na
Bahia, Glauber abandonou o curso de Direito, em Salvador, para trabalhar como
crítico de cinema e documentarista, realizando "O Pátio" (1959) e
"Cruz na Praça" (1960). Seu primeiro longa-metragem, Barravento (1961),
foi premiado na Europa e exibido no Festival de Cinema de Nova York. Em 1963,
filmou Deus
e o Diabo na Terra do Sol,
que concorreu à Palma de Ouro no Festival de Cannes do ano seguinte.
Em 1966, co-produziu A
Grande Cidade, de Cacá Diegues, e fez Terra
em Transe. Exibido no Festival de Cannes, o
filme ganhou os prêmios Luis Buñuel e o da Federação Internacional de Imprensa
Cinematográfica. Recebeu ainda prêmios e elogios na Suíça, em Cuba e no Brasil.
No mesmo ano, Glauber Rocha trabalhou
no argumento de "Garota de Ipanema", de Leon Hirszman. Recebeu o
convite de Jean-Luc Godard para participar de "Vent d'Est", no qual
interpretou a si mesmo: um cineasta que aponta o caminho para o cinema
político-revolucionário.
Em 1969, seu filme O
Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro foi
exibido no Festival de Cannes e Glauber ganhou o prêmio de Melhor Diretor,
dividido com o tcheco Vobtech Jasny.
Vítima da repressão no Brasil, em 1971
partiu para o exílio. No Chile, filmou um documentário sobre os brasileiros
exilados, que não foi concluído. Viajou no mesmo ano para Cuba, onde permaneceu
um ano trabalhando no projeto de "America Nuestra". Em 1976, Glauber
voltou ao Brasil, depois de cinco anos de exílio. No ano seguinte, dirigiu o
curta-metragem "Di Cavalcanti", que ganhou prêmio especial do júri do
Festival de Cannes. Rodou seu último filme, A
Idade da Terra, em 1980.
Glauber Rocha previu a própria morte.
Em carta, escrita na adolescência, disse que iria morrer aos 42 anos, e foi o que aconteceu de fato. “Vim para
morrer em Portugal”, anunciou o cineasta em agosto de 1981, logo após a sua
chegada ao país, onde participaria de um ciclo de filmes organizado pela
Cinemateca Portuguesa. Internado às pressas depois de um mal súbito, disse aos
médicos que estava sentindo “muita angústia”. Morreu dias depois. A causa
oficial da morte de Glauber Rocha foi um choque bacteriano resultante de
broncopneumonia. Na versão de sua mãe, Lúcia Rocha, o filho “não morreu da
vontade de Deus; morreu de uma doença chamada Brasil”.
Hugo Freitas
Com informações do
site Cineclick
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