O DESRESPEITO DE ANDERSON SILVA NO UFC

Spider leva cruzado de esquerda e "apaga" depois de menosprezar adversário

Por Hugo Freitas

Vergonha e Desrespeito!!! Assim, podemos definir a merecida derrota de Anderson Silva na madrugada do último sábado (08) no octógono do UFC, em Las Vegas (EUA).

Vergonha para o nome do Brasil no esporte, que possui um berço de lutadores prestigiados na modalidade, muitos oriundos da já tradicional "família Gracie", precursora das artes marciais mistas no país.

Desrespeito com os milhões de brasileiros aqui e lá fora. Aos que ficaram acordados até mais tarde e aos que foram até Las Vegas para assistir ao pretensioso bonachão ao posto de "ídolo nacional" ser nocauteado irrisoriamente.

Anderson Silva ri do adversário, chamando-o para a luta. Mas quem não lutou foi ele.

Nunca gostei do modo como "Spider" encarava seus rivais por entender que o lutador quebrava uma regra simples e tácita das artes marciais: o respeito ao adversário.

Muitas vezes, questionava se as vitórias conquistadas por Anderson nesse estilo batizado de "show man" eram realmente merecidas, perante as humilhações que impingia aos adversários. Salvo o chute certeiro que desabou Vitor Belfort, em 2011, as lutas de "Spider" sempre soaram para mim como um nefasto circo armado.

Mas o que ele fez no último sábado foi o cúmulo do absurdo. Passando quase toda a luta de guarda baixa, dançou, fingiu tremer, beijou o adversário ironicamente, provocou, chamou para a luta, mas parece que ele é que esqueceu de lutar, muito mais preocupado em aparecer bem nas fotos com seu showzinho idiota de menosprezo ao adversário do que encarar seriamente a defesa de um cinturão de uma categoria na qual ele era considerado "imbatível".

Sequência de socos que levaram "a lenda" ao chão do UFC

Pior do que isso, depois do humilhante nocaute diante de um obstinado Chris Weidman, foi contemplar o ex-campeão agradecer aos EUA tudo o que o país tinha feito por ele, gerando sonoras vaias que devem ter ecoado em diversos cantos do mundo.

Muitos atribuem essa postura debochada de Silva e o discurso "humilde" pós-nocaute a um suposto "acordo" feito com os chefões do UFC para favorecer "a jovem pepita de ouro", Chris Weidman, e vender ainda mais a imagem da marca no mundo com uma possível revanche entre os dois.

Aliás, se especula na imprensa norte-americana sobre uma suposta rede milionária de apostadores que despejaram seus milhões em cima do - adivinhem? - jovem Weidman, estranhamente figurando nas bolsas de cotações como o favorito ao cinturão dos Médios naquela noite, numa espécie de "prelúdio a uma tragédia anunciada" ou de uma "histórica e rentável marmelada". As investigações correm em segredo de justiça nos Estados Unidos.

É verdade que a carreira de Anderson Silva no MMA foi toda construída nos states e só depois que a Rede Globo entrou no negócio como transmissora das lutas no Brasil é que se tentou alardear a imagem de "Spider" à de "ídolo tupiniquim".

Isso justifica, descaradamente, a defesa feita pelo "Globo Esporte", em sua edição desta terça-feira (08), em torno dos deboches e provocações de Anderson para o desafiante Weidman, que se tornaram motivo de chacota e linchamento cibernético nas redes sociais imediatamente após a vergonhosa derrota da "lenda".

No auge de sua experiência de 38 anos de idade e 10 defesas consecutivas de cinturão contra um concentrado jovem de 28 anos que vinha de uma série invicta de 9 lutas, Anderson Silva deveria saber a medida e os limites de sua dita "tática psicológica".

Para os desavisados, a imagem do agora ex-campeão dos Médios é administrada pela empresa de Ronaldo, a "R9ine", que tem estreitas relações econômicas com a Rede Globo, onde o "Fenômeno" continua sendo um dos seus principais "garotos-propaganda", chegando inclusive ao posto de comentarista da emissora nos jogos da Seleção Brasileira durante a Copa das Confederações e, quiçá, da Copa do Mundo no ano que vem.

A verdade é que o dinheiro ainda compra muita coisa, inclusive a vergonha alheia, tanto de quem paga para exibir as lutas e defender seus "ídolos", como de quem possivelmente recebe para perdê-las, manchando irremediavelmente carreiras que se não eram tão brilhantes, ainda geravam certa credibilidade.

Confira a íntegra da luta abaixo: