quinta-feira, 14 de março de 2013

FLÁVIO DINO E O DESAPREÇO COM A DEMOCRACIA

Chefão do comunismo pode ter que se explicar na Justiça

Por Hugo Freitas

A Sessão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MA), realizada na tarde desta terça-feira (12), aprovou pedido à Polícia Federal de investigação de denúncias de supostas irregularidades cometidas no pleito eleitoral de 2010. O pedido foi formulado pelo Tribunal de Justiça, acatando requerimento do desembargador José Joaquim Figueiredo dos Anjos.

O debate sobre prováveis fraudes ocorridas em 2010 foi desencadeado por um discurso do presidente da Embratur, Flávio Dino, durante evento realizado na Câmara Municipal de Imperatriz. (Veja o vídeo no fim do texto)

Na ocasião, o "chefão do comunismo", como está sendo chamado por seus adversários políticos, fez referência às suspeitas levantadas a partir de um estudo feito por equipe de especialistas em apuração eletrônica. Desde então, o assunto tem frequentado o noticiário e os debates nos meios jurídicos e políticos.

Diante da decisão da Corte Eleitoral maranhense, o presidente interino do PCdoB no Maranhão, Etelvino Oliveira, anunciou que o partido vai pedir ao TRE que encaminhe à Polícia Federal cópias de todos os documentos com as denúncias feitas em 2010.

Por sua vez, Flávio Dino se manifestou via twitter afirmando que aplaudia a decisão da Corte. “Manifesto meu aplauso à decisão do TRE de apurar as denúncias que fizemos em 2010 sobre as eleições daquele ano. Sempre lutamos por isso e vamos encaminhar à Policia Federal todos os documentos que entregamos ao TRE em 2010”, declarou o comunista.

O fato é que se não forem comprovadas as denúncias feitas por Dino, será ele que terá que se explicar à Justiça do Maranhão, já que tendo sido juiz federal deveria saber o comunista que ninguém pode acusar sem provas.

Entenda o caso

O desembargador José Joaquim Figueiredo dos Anjos, do Tribunal de Justiça, ex-corregedor eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Maranhão, solicitou no último dia 27 do mês de fevereiro, durante sessão do Pleno do TJ/MA, o envio de expediente à Corte Eleitoral, pedindo a abertura de inquérito na Polícia Federal para apurar as acusações feitas pelo presidente da Embratur, Flávio Dino (PCdoB), de que houve fraude nas eleições de 2010.

Na ocasião, o referido magistrado não descartou acionar Dino cível e criminalmente, caso não se confirmassem as suspeitas levantadas por ele em discurso num evento do PDT em Imperatriz, um dos muitos que o comunista, sedento pela cadeira de governador, vêm realizando no interior do Maranhão, na tentativa de aglutinar em torno de si as surradas "Oposições Colegadas" (veja aqui).

“Diante da notícia que foi publicada, eu levei o assunto para o Pleno e pedi que a Presidência encaminhasse um ofício ao TRE, para que fosse oficiada a PF para instaurar inquérito para apurar a veracidade daquele fato que está ali narrado. Se não ficar provado, ele [Flávio Dino] será acionado civil e criminalmente, não tenho a menor dúvida”, disse o magistrado.

José Joaquim, que era vice-presidente do TRE à época, lembra que autorizou a presença de um perito para acompanhar a totalização dos votos no setor de informática do Tribunal ao longo da apuração. E afirmou estranhar o questionamento de Flávio Dino apenas três anos após a proclamação do resultado.

“Na época, isso foi até objeto de um procedimento. Um perito veio ao Maranhão, arguindo que houve fraude na urna eletrônica. Então eu determinei que ele acompanhasse todo nosso trabalho direto no setor de informática. Depois de três anos, ele [Flávio Dino] vem com essa irresponsabilidade. Eu não posso admitir", asseverou José Joaquim.

"Se tinha mácula, ele teria que dizer. Se ele não disse à época, agora terá que provar isso aí. O que não pode é pairar dúvidas”, completou o magistrado.

Veja, abaixo, o vídeo no qual Flávio Dino, pré-candidato ao Governo do Maranhão, questiona as eleições de 2010 e vocifera por não ter chegado ao segundo turno daquele pleito por conta de "oito centésimos de corrida de Fórmula 1".

"O pleito de 2010 foi um jogo de cartas marcadas... Foi necessário fraudar a eleição no Tribunal Regional Eleitoral, na calada da noite, pra conseguir uma diferença de oito centésimos, oito centésimos que parece coisa de corrida de Fórmula 1", afirmou taxativamente Flávio Dino.

O desejo de realização de um sonho pessoal, de um projeto individual e personalista, de alguém que intenta sentar na cadeira de Governador do Maranhão não pode ser concretizado com base no desrespeito às leis e às instituições legitimadas.

É até mesmo temerário um candidato querer governar um Estado como o Maranhão, com mais de 80% da população pobre e analfabeta, demonstrando total desapreço com a democracia e com a soberania do voto popular. Sejamos vigilantes e conscientes para não regredirmos aos tempos da ditadura!!!


2 comentários:

  1. Reinaldo Cantanhêde Lima15 de março de 2013 às 18:35

    Boa noite Hugo Freitas, quantos questionamentos, quantas instituições sérias e nelas existem parte deles que o que não podemos provar. Entretanto, eles que formam instituições e com suas ações! Se uma pessoa fala de se da sua seriedade nada tenho a opor; quanto a seriedade nos tribunais de justiça e suas ações dá para percebermos! Abraços. Reinaldo Cantanhêde Lima

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