Por Hugo Freitas
O Partido Popular Socialista, presidido
no Maranhão pela deputada federal eleita Eliziane Gama, que assume o cargo neste domingo (01/02), em Brasília, tornou público o que
vinha sendo sondado apenas nos bastidores: a crise política na Secretaria
Estadual de Cultura.
Ocorre que a titular da pasta, Ester
Marques, foi indicada por Eliziane como parte da cota do PPS no governo como
espólio da vitória eleitoral do governador Flávio Dino (PCdoB), a quem o
partido de Gama aderiu apenas aos "45 do segundo tempo" do pleito de
outubro do ano passado. Vale lembrar que Eliziane abriu mão de sua legítima candidatura ao Governo do Estado em prol da repetição histórica da
"união das oposições".
Conforme inúmeras vezes apontado por
este analista, o maior desafio a ser enfrentado pelo governo Dino seria
justamente contornar e acalmar a sede voraz dos "aliados",
principalmente os de última hora, que iriam cobrar a fatura pelo apoio dado
durante a campanha comunista.
Não deu outra. Em menos de um mês de
governo, foi justamente na Secretaria de Cultura que o estopim da crise foi
deflagrado. Após a sumária exoneração do secretário adjunto da pasta, que
integra o coletivo Rede Sustentabilidade, aliado fiel de Eliziane, a pepessista
começou a se mover nos bastidores para pedir a cabeça de Marques.
Como não obteve resposta de seu pedido
(ao contrário, houve uma espécie de fortalecimento de Ester junto a Flávio, que
a manteve no cargo e até divulgou foto onde aparece ao lado da secretária),
Eliziane e seu partido divulgaram duas Notas sobre o assunto.
Na primeira Nota, divulgada nesta
quinta-feira (29), que é a mais enfática em relação às críticas, o PPS informa
que "repudia de modo veemente a sórdida tentativa de desqualificação
intelectual, moral e religiosa de seus quadros e militantes".
Explica ainda que "os problemas gerados na Secretaria de Estado da Cultura não partiram do PPS", acrescentando que "em momento algum a direção partidária fez qualquer indicação ou ação que pudesse contrariar o interesse público" e que "nem tampouco se tentou aparelhar a instituição pública ou mesmo se utilizar de suas estruturas em favor de qualquer segmento religioso", afirmando que "não é da tradição do PPS o aparelhamento da máquina pública".
Explica ainda que "os problemas gerados na Secretaria de Estado da Cultura não partiram do PPS", acrescentando que "em momento algum a direção partidária fez qualquer indicação ou ação que pudesse contrariar o interesse público" e que "nem tampouco se tentou aparelhar a instituição pública ou mesmo se utilizar de suas estruturas em favor de qualquer segmento religioso", afirmando que "não é da tradição do PPS o aparelhamento da máquina pública".
Por fim, o partido de Eliziane comunica
a saída da pasta governamental. "Diante da evidência de uma orquestração que
tenta desqualificar o Partido Popular Socialista junto à opinião pública, fato
este até criminoso, que esconde interesses não revelados que estão para além do
presente, o PPS mesmo tendo feito anteriormente a indicação da titular da
Secretaria de Estado da Cultura, declara não ser mais responsável por
esta".
Já na segunda Nota, veiculada nesta
sexta-feira (30), emitida após interpretações que deram conta de um
"rompimento" entre Gama e Dino, o PPS parece ser mais
"cauteloso" ao especificar que sai da Cultura, mas não do governo
comunista. Como diz o texto, "1 - O PPS em momento algum propôs o rompimento com o governador
Flávio Dino que tão combativamente ajudou a eleger. 3 - O PPS reitera que as
considerações apresentadas na Nota Pública, divulgada nesta quinta-feira, 29 de
janeiro, são referentes a pasta da cultura, hoje não mais sob a
responsabilidade do PPS".
A estratégia do partido de Eliziane é
não se indispor, de modo irrevogável, com o governo que pode ser o fiel da
balança nas eleições municipais de 2016, já que o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PTC) é o natural
candidato à reeleição e vai contar com o apoio de Flávio Dino.
Fique abaixo com as duas Notas do PPS:
(Nota 1): PARTIDO POPULAR SOCIALISTA
NOTA PÚBLICA
Em razão das informações infundadas e
plantadas diariamente na imprensa e nas redes sociais sobre a relação entre o
comando do Partido Popular Socialista – PPS, a Secretaria de Estado da Cultura
e o Governo do Estado do Maranhão, envolvendo, sobretudo, a sua maior liderança
maranhense, a Deputada Federal Eliziane Gama, temos o dever de esclarecer que:
O Partido ao longo de sua trajetória
sempre pautou sua atuação na defesa da ética na política, na defesa dos
direitos humanos e na luta pela igualdade social.
Nossa bandeira está historicamente
registrada com a nossa participação em todas as lutas lideradas por Maria
Aragão, William Moreira Lima, o ex-governador Jackson Lago e o atual governador
Flávio Dino, em favor de um Maranhão mais justo e igualitário para todos os
maranhenses.
O PPS sempre buscou a unidade das
forças de oposição, renunciando inclusive a uma candidatura própria no pleito
passado em favor da unidade das oposições, por compreender a necessidade de uma
ação conjunta de todas as forças políticas progressistas em favor de outro
modelo de desenvolvimento que combata o atraso, a corrupção e o
“patrimonialismo” que é fruto das velhas práticas políticas entranhadas nas
estruturas do Estado.
Desse modo, o Partido Popular
Socialista repudia de modo veemente a sórdida tentativa de desqualificação
intelectual, moral e religiosa de seus quadros e militantes, pois o PPS detém
entre seus membros, pessoas com inquestionável formação técnica e política,
aptas ao exercício de qualquer função pública, todas comprovadamente
qualificadas pelos órgãos de controle.
Os problemas gerados na Secretaria de
Estado da Cultura não partiram do PPS. Em momento algum, a direção partidária
fez qualquer indicação ou ação que pudesse contrariar o interesse público, a moralidade
administrativa e os princípios éticos que são tão combativamente defendidos
pelo Partido. Nem tampouco, se tentou aparelhar a instituição pública ou mesmo
se utilizar de suas estruturas em favor de qualquer segmento religioso. Não é
da tradição do PPS o aparelhamento da máquina pública, prática que sempre
combatemos de modo veemente.
Diante da evidência de uma orquestração
que tenta desqualificar o Partido Popular Socialista junto à opinião pública,
fato este até criminoso, que esconde interesses não revelados que estão para
além do presente, o PPS mesmo tendo feito anteriormente a indicação da titular
da Secretaria de Estado da Cultura, declara não ser mais responsável por esta.
O PPS deseja que o Governador Flávio
Dino promova o diálogo com as forças políticas que contribuíram para sua
vitória e que possa realizar as mudanças tão sonhadas pelo povo do Maranhão.
Executiva Estadual do PPS
(Nota 2): NOTA DE ESCLARECIMENTO PPS-MA
PPS ESCLARECE:
Para que não haja dúvidas ou virtuais
distorções, quanto ao real posicionamento do Partido Popular Socialista com
relação ao Governo do Estado do Maranhão, pontuamos as seguintes considerações:
1)O PPS em momento algum propôs o
rompimento com o governador Flávio Dino que tão combativamente ajudou a eleger.
2) O PPS sempre defendeu a construção
de uma frente popular e progressista para mudar o Maranhão.
3) O PPS reitera que as considerações
apresentadas na Nota Pública, divulgada nesta quinta-feira, 29 de janeiro, são
referentes a pasta da cultura, hoje não mais sob a responsabilidade do PPS.
Executiva Estadual do PPS
Ora bolas, o PPS assim como todos os outros partidos estão cobrando a parte que lhe é de "direito" por apoiar o atual governador no famoso toma lá, dá cá. O difícil é encontrar pessoas sérias e dispostas para mudar esse país desse círculo vicioso em que nós passamos para os nossos filhos. A nobre Deputada e seus companheiros de partido não se encaixam nesse perfil.
ResponderExcluirCom a palavra, Eliziane.
ExcluirGrato pela participação.