Roseana aposenta o cetro e passa o bastão para Arnaldo Melo
Por Hugo Freitas
"O fim da oligarquia está próximo". O que antes era tido como uma distante quimera, agora toma ares de profecia a ser cumprida no Maranhão.
Está previsto para a manhã da próxima
terça-feira (9), na Assembleia Legislativa, o ato de renúncia da governadora Roseana Sarney (PMDB).
Às vésperas de sair de cena com o
fechar das cortinas de seu último mandato, no dia 31 de dezembro, a filha do senador
José Sarney (PMDB/AP) anunciou a deputados da base aliada que irá renunciar ao
cargo de governador. O informe aconteceu no Palácio dos Leões, na última quarta-feira (03),
durante "almoço de despedida".
Em seu lugar, quem assume o governo até
o final de 2014 é o presidente da Assembleia, Arnaldo
Melo (PMDB). Isso porque o ex-vice-governador, Washington Oliveira (ex-PT),
renunciou ao posto, no final do ano passado, para assumir um cargo vitalício no
Tribunal de Contas do Estado.
Segundo informou o deputado estadual
César Pires (DEM), "a governadora não entrou em detalhes sobre a sua
renúncia. Disse apenas que ia sair". Foi o próprio líder do governo no
Legislativo quem confirmou a data da saída oficial de Roseana Sarney do Governo
do Maranhão: "Ela entrega a carta-renúncia às 9h da terça-feira (09), na
Assembleia”.
Contudo, com a renúncia de Roseana, se confirma
a tese levantada por este blogger: a de que Arnaldo Melo só teria
"aceito" ser o vice na chapa de Edson Lobão Filho (PMDB), se, em caso
de derrota do "grupo Sarney" (como aconteceu), ele assumisse o Governo do Maranhão até o fim deste último mandato, para assim constar no seleto rol de governadores maranhenses, mesmo que tenha sido por poucos dias.
Um "prêmio de consolo" para quem se mostrou fiel a um grupo desunido e em frangalhos, diante de um cenário de iminente derrota.
Dessas "flores do mal", restou a Arnaldo apenas colher os louros da vitória da filha Nina Melo (PMDB), eleita deputada estadual, que terá a responsabilidade de reproduzir e ampliar a dominação política dos "Melo", nos mesmos moldes de outras famílias de políticos que controlam o Maranhão.
Dessas "flores do mal", restou a Arnaldo apenas colher os louros da vitória da filha Nina Melo (PMDB), eleita deputada estadual, que terá a responsabilidade de reproduzir e ampliar a dominação política dos "Melo", nos mesmos moldes de outras famílias de políticos que controlam o Maranhão.
Roseana Sarney venceu a primeira eleição para o Governo do Maranhão em 1994...
Trocando em miúdos, após quatro mandatos (1995-1998, 1999-2002, 2009-2010, 2011-2014) "dando as cartas" do jogo político no Maranhão, Roseana irá sair de cena aposentando o cetro e passando o bastão para o vice derrotado de Lobinho, e não para o governador eleito Flávio Dino (PCdoB).
Ao cumprir o acordo com Arnaldo Melo, entregando-lhe temporariamente as chaves do Palácio dos Leões, Roseana Sarney deixa o Governo do Maranhão e a política nacional pela porta dos fundos.
Um melancólico e vexatório "apagar das luzes" para "a oligarquia" que controlou por quase 50 anos (contando-se a partir da posse, em 1966, de José Sarney como governador e descontando-se os anos de governo de Zé Reinaldo e Jackson Lago) um dos estados com a população mais miserável do país em termos de IDH; e um "triste fim" para quem um dia jurou que este seria "o melhor governo de sua vida".
...para deixar o poder somente em 2014, 20 anos depois.
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